O programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo, divulgou nesta terça-feira (17), uma matéria sobre o preço da violência no país. Baseando-se na publicação ‘Atlas da Violência’, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil gasta R$ 372 bilhões para prevenir ou remediar efeitos da insegurança.
Segundo os dados, cada brasileiro, em média, gasta cerca de R$ 1.810,00 ao ano para se prevenir. Vários fatores integram o cálculo, desde o impacto econômico, com a perda de vidas, além do custo governamental com a segurança pública, que, segundo o estudo, equivale a R$ 1,67 bilhão ao ano, seja com presídios e o investimento nas estruturas policiais e afins.
Considerando sua totalidade, o gasto privado equivale a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O maior gasto, contudo, é com homicídios. Os 60 mil mortos representam, segundo economistas, um prejuízo estimado de R$ 157 bilhões, 2,5% do PIB. “Faltam ações baseadas em diagnósticos prévios e planejamentos das ações e monitoramento para saber se o investimento está dando certo ou não, algo que não é feito no Brasil”, disse Daniel Cerqueira, presidente do IPEA, ao Bom Dia Brasil.
De acordo com o Orçamento Cidadão 2018, divulgado pelo Ministério do Planejamento, o gasto com Segurança Pública no Brasil para o ano que vem será de R$ 8,5 bilhões, sendo que destes somente 70,50% são obrigatórias e 16,82% discricionárias.
Para a Polícia Rodoviária Federal, somente R$ 244 milhões serão destinados para o patrulhamento ostensivo, 43% a menos do que previsto para 2017, que ainda sofreu com o contingenciamento. O valor de 2018 é equivalente a 0,06% dos R$ 372 bilhões gastos para prevenir ou remediar os efeitos da segurança.
Para o vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Dovercino Neto, é necessário que o Governo repense suas atitudes no que tange a economia com a segurança pública. “É um contrassenso tentar economizar na área de segurança pública, sucateando as instituições e levando um prejuízo bilionário para a sociedade e ao estado brasileiro”.
Fonte e Foto: FenaPRF