Embora as notícias abaixo deem conta de que a PRF negociou o desbloqueio, aludindo à alguma ação contundente por parte da administração regional, foram os policiais do serviço operacional, sem qualquer respaldo institucional para subsidiar a tomada de decisões no local, quem fizeram a negociação com os manifestantes, através da diplomacia e dos contatos sindicais de dois dos policiais envolvidos na ação. Sim, sindicalistas! Midiamax - mais de 1000 caminhoneiros bloqueiam BR 163 Campograndenews - Caminhoneiros fecham BR 163 Governo do Estado marca reunião e caminhoneiros suspendem o bloqueio A Presidente Dilma, em sua primeira visita oficial a um município brasileiro depois de reeleita, esteve em Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do sul, para a inauguração da primeira Casa da Mulher Brasileira do País. Até aí, ponto para Campo Grande e para o Estado de Mato Grosso do Sul. Como nem tudo são flores, a visita da chefe da nação brasileira também trouxe alguns dissabores, em especial ao efetivo da PRF do MS. A visita se deu no dia 03 de fevereiro, poucos dias depois de reajustados os valores dos combustíveis nas bombas de todo o país, o que gerou protestos e manifestações dos mais diversos, incluindo o da Associação Patronal dos Transportadores de Cargas do MS, que entre empresas de transportes e transportadores autônomos conta com mais de 700 associados. Mas afinal, o que a PRF tem com isso? Absolutamente tudo! Uma vez que os manifestantes do setor de transportes não conseguiram driblar o forte aparato de segurança da Presidente no local da inauguração, perímetro urbano da cidade, optaram pela saída mais difundida pelos movimentos sociais organizados, e a exemplo do MST, foram realizar o bloqueio da mais importante rodovia federal do MS. É aí que nós entramos. No Km 466 da BR 163, às 11h, especificamente na rotatória que faz a confluência e/ou acesso às BR’s, 060 e 262, servindo de escoamento de mais de 70% da produção oriunda da região Norte do país para as regiões Sul e Sudeste, além dos portos para exportação, os transportadores fecharam as quatro saídas, travando completamente o trânsito. As equipes de serviço nos postos da delegacia metropolitana da PRF-MS foram imediatamente para o local, sendo também apoiadas por uma equipe do Corpo de Motociclistas e uma equipe do Núcleo de Operações especiais. Todos policiais operacionais, mas com nenhuma autonomia, faziam o possível na tentativa de minimizar os possíveis transtornos decorrentes do fechamento das vias, e coube a dois policiais, membros da diretoria do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no MS, de serviço na escala normal naquele trecho, fazer as tratativas negociais com os manifestantes com o objetivo de fazer a liberação das vias e trazer o trânsito local ao seu fluxo normal. De início, a negociação contemplou a liberação para veículos de passeio e de transporte de passageiro, além dos de emergência, e após contato do sindicato com o Governador de Mato Grosso do Sul, conseguimos a presença de representantes do governo estadual para ouvir as reivindicações. Os representantes do governo estadual chegaram às 14h30, e após quinze minutos, tendo cumprido nossa palavra junto aos manifestantes, foi a vez deles cumprirem a sua, e realizaram a liberação total da pista. Assim, os policiais/sindicalistas envolvidos na ocorrência fizeram tudo ao seu limitado alcance (institucionalmente falando) para obter êxito na liberação da rodovia, e absolutamente nenhum policial ocupante de cargo de chefia, com um mínimo de autonomia gerada pelo cargo, esteve presente no local da manifestação. Então perguntamos: Por onde anda a administração regional?