A vocação da área fronteiriça de Mato Grosso do Sul para o contrabando de cigarros é atestada por números da Receita Federal. O produto corresponde a cerca de 75% de todo o valor apreendido ano passado no Estado.

Conforme o balanço, nas unidades da Receita Federal que atuam na fronteira de MS com o Paraguai, o volume apreendido vale cerca de R$ 367 milhões. Segundo o delegado Marcelo Rodrigues, auditor fiscal em Ponta Porã , o montante ainda está subestimado devido a problemas internos do órgão que dificultaram o registro das operações. O valor pode ultrapassar R$ 400 milhões.

“Em termos de quantidade e de valor, o cigarro é disparado o maior volume. As apreensões aqui na região do MS são no atacado. Agora, mal começou o ano, já tivemos uma apreensão de seis carretas juntas, um comboio lotado de cigarro apreendido. Isso eleva absurdamente o valor, mesmo que a quantidade de autuações não seja muito grande, mas o valor é muito elevado”, afirma o delegado, em entrevista divulgada pela Agência Brasil.

Ele destaca que são 670 km de fronteira com o Paraguai sem nenhum acidente geográfico que separe os países, facilitando o contrabando.

Ao todo, a apreensão de drogas, cigarros e mercadorias contrabandeados no Brasil somou mais R$ 2,3 bilhões em 2017. Segundo a Receita Federal, o valor é recorde e representa um crescimento de 9,4% em relação a 2016, quando foram apreendidos R$ 2,1 bilhões.

Cigarreiro – No último sábado (dia 20), a PRF (Polícia Rodoviária Federal) apreendeu o maior carregamento de cigarros contrabandeados do país: 2,4 milhões de maços, avaliados em R$ 12 milhões. O flagrante foi na BR-163, em Jaraguari, a 44 km de Campo Grande.

Porém, os tentáculos da máfia do cigarro também chegam à policia. Em Campo Grande, sete policiais militares são réus em processo sobre cobrança de propina de R$ 150 mil para liberação de carga de cigarro contrabandeado do Paraguai.

Fonte: Campo Grande News